Relatório de Risco Político de Setembro

O Congresso brasileiro debaterá um projeto de anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, após sua condenação a 27 anos em processos relacionados às eleições de 2022. A aprovação depende do apoio do centro, em meio a pesquisas que mostram maioria contrária e a tensões crescentes entre Brasil e Estados Unidos após novas tarifas impostas por Washington.

No México, o investimento público em 2026 deve crescer cerca de 20%, mas associações empresariais alertam que o nível continuará distante dos aproximadamente 5% do PIB necessários para estimular o capital privado. O forte apoio à Pemex e a ênfase em trens de passageiros deixam lacunas em energia, água e logística de cargas, colocando em risco o potencial do nearshoring.

Na Argentina, o presidente Javier Milei enfrenta um escândalo de corrupção e uma derrota significativa na província de Buenos Aires, o que aumenta o impasse no Congresso e a pressão sobre o mercado cambial. Apesar da turbulência, o governo mantém sua política de austeridade e propõe maiores gastos reais em educação, saúde e aposentadorias no orçamento de 2026.

Os Estados Unidos descertificaram a Colômbia na política antidrogas, mantendo a ajuda via dispensa, mas impondo uma revisão de 12 meses. O presidente Gustavo Petro rejeitou a medida e destacou apreensões recordes, enquanto grupos empresariais alertam para maior risco e Bogotá suspendeu compras de armas norte-americanas.

No Chile, o primeiro debate eleitoral reforçou uma provável vantagem da direita, com crime, migração e eficiência do gasto público dominando a pauta. Sem candidato perto de 50%, um segundo turno em dezembro é visto como provável. José Antonio Kast aparece bem posicionado contra Carolina Jara e Evelyn Matthei.

No Peru, as eleições foram marcadas para 12 de abril, incluindo a restauração do Senado, em meio à profunda desconfiança em relação à presidente Dina Boluarte e a um sistema partidário fragmentado. O banco central advertiu que campanhas centradas em personalidades podem gerar desconfiança e provocar saídas de capital.

No Equador, o presidente Daniel Noboa eliminou o subsídio ao diesel, elevando os preços em 56% e provocando protestos. Compensações direcionadas buscam reduzir o impacto sobre tarifas e custos agrícolas. Os Estados Unidos reforçaram o apoio em segurança e classificaram as principais gangues como organizações terroristas estrangeiras, enquanto Quito intensifica sua campanha contra o crime.

No Caribe e na Venezuela, as tensões com os Estados Unidos aumentaram após movimentações navais e denúncias de abordagens de embarcações, em meio ao apoio da China às reivindicações de soberania de Caracas. As narrativas divergentes – combate ao narcotráfico versus provocações – elevam o risco de uma confrontação mais ampla sem alternativas diplomáticas.

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O relaório analisa os eventos que dominam os principais mercados da América Latina e as perspectivas para as próximas semanas. As classificações de risco para setores-chave são as seguintes:

● Perspectiva neutra (sem aumento ou diminuição do risco)

● Alto risco

● Baixo risco